quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mais um trabalhador morto no campo covardemente

É a sexta vítima no Estado do Pará desde maio desse ano.
Hoje, por volta das 10hs da manhã, dois pistoleiros que trafegavam em uma moto de cor preta, com capacetes, assassinaram a tiros VALDEMAR OLIVEIRA BARBOSA, conhecido como PIAUÍ. Valdemar trafegava de bicicleta pelo bairro de São Félix, em Marabá, quando foi assassinado. Ele era casado e, atualmente, estava residindo na Folha 06, no bairro Nova Marabá.
Valdemar era sócio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, coordenou por vários anos um grupo de famílias que ocupava a fazenda Estrela da Manhã, no município de Marabá. Como a fazenda não foi desapropriada, ele voltou a morar em Marabá, onde ajudou a organizar uma ocupação urbana na Folha 06, bairro Nova Marabá, onde estava residindo.

Um olhar para Vista Alegre: uma comunidade encantada com seu Povo lutador

Vista Alegre, localizada em Marapanim-Pa, é sem dúvida uma comunidade encantada. Sua beleza, a força de seu povo e a natureza arquitetada pelo grande criador, encanta a todos que visitam. 

Precisamos cuidar com mais atenção e carinho desta localidade. Para presentear nossos leitores, segue um pouco de Vista Alegre.







quarta-feira, 3 de agosto de 2011

TEMA PARA JUVENTUDE MARAPANIENSE: OS JOVENS E A POLÍTICA PÚBLICA *

OS JOVENS E A POLÍTICA PÚBLICA *

Por Diego Teófilo

Acadêmico de História,

Militante da Juventude Cabocla Socialista do Pará,

Coletivo Caboclo Monique Lopes, filiado desde 2007 no Partido dos Trabalhadores – Pará e
apoio administrativo do Instituto Universidade Popular – UNIPOP


Dialogar sobre as questões referentes ao universo juvenil é sempre fazer uma viagem, pelo simples fato de que a temática envolve uma diversidade de debates, discursos, análises e questionamentos. A efervescência do momento, os espaços de participação governamentais e não governamentais (ONGs) criados para os jovens nos levam a fazer diversas reflexões, avaliações, proposições, enfim, dialogar com mais intensidade sobre o tema e levando em consideração a sua complexidade.

Em 2004, uma pesquisa realizada pelo Instituto Cidadania, que inclusive foi uma das primeiras instituições que desenvolveu estudos sobre a temática juvenil no Brasil, trouxe-nos uma riqueza de informações por meio do Projeto Juventude. Uma das informações que me chamou a atenção, foi quando perguntados se “Os jovens podem mudar o mundo?”, 57% dos entrevistados responderam que acreditavam que os jovens poderiam mudar o mundo e dependendo da escolaridade esse percentual variava de 51% à 65%. Diante disso, remeto-me às possibilidades que o jovem tem no decorrer da sua vida e, de forma gloriosa, este dado é um indicador que quanto mais escolarizado, mais o jovem acredita que pode mudar o mundo. De 2004 até hoje, esta vontade de mudar o mundo vem crescendo, porém, o que é mostrado, principalmente pela mídia, são os altos índices de criminalidade envolvendo adolescentes e jovens, tentando relacionar diretamente a juventude com a violência.

Neste sentido, ao falar de adolescentes e jovens conecto logo esta com a prática de trabalho de um campo democrático que ao longo dos anos vem ganhando uma enorme força e adesões e que tem lutado incansavelmente por políticas públicas de, para e com os jovens também, a que reflete o quanto precisamos investir neste segmento, nas diferentes áreas de forma integrada. O trabalho que é desenvolvido por este campo que defende os direitos de segmentos excluídos, dentre eles a juventude, formado por intelectuais, movimentos, fóruns, redes, grupos de base, ONG’s, dentre outros, que por meio de ações afirmativas, pesquisas e diversas atividades estão contribuindo para uma juventude mais saudável e comprometida com as causas sociais e por cidadania ativa.

Percebemos que a partir da organização, seja participando de um grupo na comunidade, seja no envolvimento em um fórum, uma rede social ou em grupos culturais, todo este movimento proporcionou respostas positivas como a criação da Secretaria Nacional da Juventude e o Conselho Nacional de Juventude, como dois grandes marcos da política nacional de juventude, ambos com seus papéis a fim de contribuir e fortalecer institucionalmente a política de juventude.

No entanto, precisamos continuar caminhando para a conquista e garantias dos direitos da juventude através da materialização de tais políticas. Este intenso movimento se observarmos vem ganhando novas adesões e forças por todo o Brasil nos últimos anos, promovendo a criação de espaços governamentais como: secretarias, coordenadorias e superintendências de juventude, os quais refletem a necessidade de se discutir a fundo a temática, em espaços deliberativos. Contudo, não podemos deixar de destacar que há uma variação enorme sobre o entendimento e sensibilidade da grande importância que é acreditar e investir no segmento juvenil, que destaco como uma das maiores prioridades de um governo no que tange fomentar a implementação de políticas públicas para este segmento.

É importante fazer várias reflexões sobre outro grande marco do debate referente à juventude, que foi a realização da 1º Conferência Nacional de Políticas para a Juventude que tinha como objetivo “criar espaços para o dialogo entre o Governo e sociedade civil que servisse como base e subsidio para a consolidação de uma política nacional para a juventude, focalizada em direitos e autonomia por cidadania ativa…” (Castro, 2009).

Às vésperas da 2º Conferência Nacional de Políticas para a Juventude devemos refletir de forma crítica acerca de quais foram os avanços que tivemos, a partir da 1º Conferência levando em consideração os que já tínhamos almejado antes. Dentro desse contexto e fora dele, tivemos e temos diversos jovens de todas as regiões brasileiras organizados, mobilizados, participando de vários processos em função ou não da conferência. É importante darmos ênfase para a diversidade contida nesse processo que nos permite ter um olhar mais amplo na hora de pautar a política pública que queremos.

No processo de conhecimento e análise sobre compreender o mundo juvenil, os problemas que devemos enfrentar e as políticas públicas e programas sociais que devem ser criados, no sentido de ser uma ferramenta que possa contribuir positivamente nesse contexto. No decorrer do processo surgem diversos pontos a serem dialogados sobre as políticas para a juventude e gostaria de me remeter há um fragmento do artigo Apontamentos sobre Políticas Públicas de Juventude, recém publicado por Carlos Odas** que diz: “Juventude, como uma área de governo, é multidisciplinar, de fato; porém, não se conseguiu ainda, no plano prático, converter o conceito de transversalidade em integração efetiva das ações de áreas distintas”.

Sabemos que existem dificuldades na implementação das políticas, estas quase sempre não correspondem às necessidades e especificidades da juventude como um todo, por ser um segmento que em si possui uma diversidade extraordinária. Volto a afirmar que a transversalidade precisa acontecer de forma integral, pois ao falar em transversalidade precisamos garantir com que a mesma aconteça de fato na prática governamental, para isso é necessário que o diálogo aconteça nas diferentes instâncias governamentais e destas com os movimentos juvenis.

Combinado com o processo de luta por criação de políticas para a juventude está à formação como mecanismo de consolidação da participação, elemento fundamental de uma cidadania ativa. Quando falo de formação levo em consideração prioritariamente dois grandes espaços que estão diretamente ligados a vivência juvenil que são: família e escola.

Construir mecanismos de participação junto à juventude tem se tornado a cada dia um grande desafio, porém se estes espaços, forem potencializados, podem servir de canais de dialogo como ponto de partida e de chegada.

Destaco o papel fundamental de diversas organizações, coletivos, grupos, entre outros, que constroem alternativas de participação deste segmento. Defendo a formação como ponto de partida para que o jovem possa participar com conhecimento e compreensão e assim poder conhecer e dialogar com outros atores. Portanto, precisamos continuar avançando na pauta, no que tange a proposição, monitoramento e implementação e compreender o jovem como cidadão/cidadã é fundamental e principalmente ouvir a juventude no que diz respeito aos seus anseios e necessidades, para que se sinta como sujeito de direitos.

Do site do PT