Resolução foi aprovada com o voto de 188 países; apenas três
votaram contra e dois, se
abstiveram.
Por 188 votos a três, a Assembleia Geral da ONU aprovou na
terça-feira, dia 13, uma nova resolução de condenação ao bloqueio econômico e
comercial que os Estados Unidos impõem a Cuba. A resolução de terça-feira foi
21ª vez em que a Assembleia Geral da ONU condenou o bloqueio a Cuba. A primeira
ocasião ocorreu em 1992, quando contou com 59 votos a favor, três contra e 71
abstenções.
Os três países que votaram contra a decisão foram Estados
Unidos, Israel e Palau. Além deles, Micronésia e Ilhas Marshall se abstiveram.
Na última votação, realizada no ano passado, a resolução de condenação ao
bloqueio contou com os votos contrários de EUA e Israel, enquanto Palau se
absteve junto com Micronésia e Ilhas Marshall.
O debate teve duração de quase três horas, segundo o presidente
da Assembleia Geral, Vuk Jeremic. Antes da votação, o ministro das Relações
Exteriores cubano, Bruno Rodriguez, denunciou um “persistente recrudescimento”
do bloqueio contra Cuba durante os primeiros quatro anos do governo de Barack
Obama. A administração atual endureceu o bloqueio, em especial no setor
financeiro, impondo, desde 2009, multas de mais de 2 bilhões de dólares a
empresas e pessoas de outros países que têm negócios com Cuba.
“É um ato de agressão e uma ameaça permanente contra a
estabilidade de um país. É também uma grosseira violação das normas de comércio
internacional, da livre navegação e dos direitos soberanos dos Estados”,
indicou.
Os EUA, por sua vez, se classificaram como “um dos principais
parceiros comerciais de Cuba”, mesmo com o bloqueio. No entanto, a diplomacia
norte-americana criticou a resolução por considerá-la como a procura por “um
bode expiatório para a má situação econômica” da Ilha, pela qual culpou as
políticas do regime comunista.
A representante do Brasil e do Mercosul na Assembleia Geral,
Maria Luisa Ribeiro, classificou o bloqueio como um exemplo de “política
obsoleta que não tem lugar na atualidade. O bloqueio é contrário ao princípio
da justiça e dos direitos humanos, gera carências e sofrimento a toda a
população cubana, limita e retarda o progresso econômico, social e a obtenção
dos objetivos de desenvolvimento do milênio”.
O bloqueio foi imposto de maneira oficial em fevereiro de 1962,
sob a administração do presidente John F. Kennedy, mas o governo
norte-americano já havia imposto algumas sanções em 1959, ano do triunfo da
Revolução Cubana. As perdas da economia cubana em 50 anos de bloqueio
norte-americano superam os US$100 bilhões, de acordo com autoridades do país.
Caso seja levada em conta a desvalorização do dólar frente ao padrão ouro nesse
meio século, a cifra superaria o US$1 trilhão.
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